"...sem
tantas cores, caminhei sozinha. Era uma estrada com muita sombra,
poucas pedras, vários caminhos. De passo em passo fui estudando aquele
lugar, aqueles olhares, aquelas pessoas.
Sem nem esperar, fui recebendo elogios, sorrisos firmes, tão cheios de...nem sei mais.
Na
metade dessa estrada, uma mão se agarrou a minha. Olhei, olhei, mas não
pude ver quem me segurava ou se segurava a mim. De passo em passo,
olhava tudo e teu rosto não via. Não entendia porque me acudiste, sem em
apuros não me encontrava. Um pouco a frente eu entendi: Não me salvava.
Te salvavas!!
Mas em qual momento te descobri tão vulnerável? Como não senti teu medo antes de a fronte se mostrar?
Olhei
teus olhos, tão assustados, que, penalizada, quis te abraçar. E, de
repente, uma distância se pôs. Minha saudade nasceu ali!
Desde
então, ando sozinha, a busca de outra mão, ou mesmo de ter a tua à
minha. Desde então, sonho sozinha, por essa estrada que de tão cheia
ficou vazia. E minha mão, num gesto nobre, não mais espaço abriu a outra
mão, e o teu toque marcou o meu, e os teus olhos não esqueci, e o teu
passo eu procurei...até que um dia eu cansei, e descansei na primeira
pedra que vi. Mas, por pouca sombra, não permaneci. E comecei a vagar
nesse turbilhão de momentos, a procura de um toque teu, que do nada
surja, quem encante como silênciosa, me instigue como anonimato...mas
até lá... vou por um caminho meu, com passos ao acaso..."
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