terça-feira, 27 de abril de 2010

FILHOS BRILHANTES ALUNOS FASCINANTES

Bons filhos conhecem o prefácio da história de seus pais Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas.
Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes.
Bons jóvens têm sonhos ou disciplina. Jovens brilhantes têm sonhos e disciplina. Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas, que nunca transformam seus sonhos em realidade, e disciplina sem sonhos produz servos, pessoas que executam ordens, que fazem tudo automaticamente e sem pensar.
Bons alunos escondem certas intenções, mas alunos fascinantes são transparentes. Eles sabem que quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo. Não querem, como alguns políticos, o sucesso a qualquer preço. Só querem o sucesso conquistado com suor, inteligência e transparência. Pois sabem que é melhor a verdade que dói do que a mentira que produz falso alívio. A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe.
O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos.
Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar.
Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora.
Procurem um grande amor na vida e cultivem-no. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueçam, em primeiro lugar tenham um caso de amor consigo mesmos.






Augusto Cury

Você já reparou?

Hoje no colégio uma menina que se acha (se passando pra mim), tava passando do limite...eu hein? Mundo cor-de-rosa não rola, principalmente perto de mim...aiaiaiai, acorda garota, as coisas não são assim!!!!
Pensando nisso..ta ai o resultado:Você já reparou?

Você já reparou que...
Quando o outro não faz, é preguiçoso;quando você não faz, ésta muito oculpado?
Quando o outro fala, é intrigante; quando voê fala é critica cnstrutiva?
Quando o outro se decide em favor de um ponto, é cabeça dura; quando você faz, está sendo firme?
Quando o outro não cumprimenta, é orgulhoso;quando você não cumprimenta, é apenas distração?
Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta;quando você fala, é porque precisa desabafar?
Quando o outro se esforça para ser agradável, tem uma segunda intenção;quando você age assim, é gentil?
Quando o outro encara os dois lados do problema, está sendo fraco;quando você o faz, está sendo compreensivo?
Quando o outro faz alguma coisa sem ordem, está tomando a frente;quando você o faz é iniciativa?
Quando o outro progride, teve oportunidade;quando você progride, é fruto de muito trabalho?
Quando o outro luta por seus direitos, é teimoso;quando você o faz, é prova de caráter?
Ah,faça-me um favor..Se toca!!!

Os meus dias


Bem, por onde começo..Estou me adaptando a esse novo mundo, novos dias, aos poucos aprendendo a ver o novo.Novas metas, novos horizontes.Eu decidi que a mudança é boa, sem me enganar, nem questionar....É o melhor para mim, eu sei!Não posso jogar tudo para o alto e perder o que conquistei até aqui...Então, vamos ver, lançada a chance (agarrei com todas as forças). Deixei de julgar o que foi justo e o que foi injusto na minha história,pois coloquei na balança e comparei o que ganhei e o que eu perdi,vi que o que perdi é insignificante e o que ganhei é maior que os meus olhos podem ver...
Hoje posso dizer com certeza: Há alguém que olha por mim,(Papai do céu) que me ama, que não me deixa sozinha NUNCA !! Seu amor me sustenta,Ele tudo pode transformar...Me perguntava donde vinha essa força?Sinto-me tão forte e capaz com essa força que vem de dentro (pois é aqui que Ele habita)..Agora TUDO é diferente : Na tempestade eu tenho abrigo !!!Sou  LIVRE, LEVE , SOLTA....Me aventuro até d+, corro pra pegar o ônibus meia-noite, carona,viajar?Toooda semana, haja livro e MPB no mp3..(A maior aventura de um ser humano é viajar e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo.E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas e descobrir o que as palavras não disseram...)acho que isso explica o fds... Não aviso na saída, ninguém me encontra em lugar nenhum,deixo as pessoas me perderem de vista,assim sou mais viva, mais eu. e assim vai.. saudade da MINHA CASA (Ipu), saudade do colo da mamãe, sabe como é? Aquela comida..hum.(agora deu fome..rsrsrs)...até do cheiro dela eu sinto falta,consequência da maior idade(coisa que levo muIto a sério) mas é  o preço de um sonho, o qual eu conto depois pra vocês.Ah! Sobral é um forno,mas estou bem aqui,por incrível que pareça!!Sobre a imagem dessa postagem: Ouvi dizer que temos que ver o sol nascer pelo menos uma vez  ao ano..bom...toda segunda to nessa e é maravilhoso!!!!Deixo uma msg final pra vocês: para o destino o mundo é pequeno, mas para o acaso o mundo é grande...Viva então o seu destino...estou traçando o meu!!!!

Filmes

Um fim de semana farto em filmes, portanto, um parágrafo para cada um e muito mais para quem me encontrar no ponto de ônibus e quiser bater um papo sobre qualquer coisa:







Um Homem Sério, de Ethan e Joel Coen – A visão mais sombria atribuída à sociedade norte-americana atualmente transparece através do refinamento narrativo dos irmãos Coen, num filme de caráter autobiográfico, bastante pessoal, em que a cultura judaica direciona a ação das pessoas numa luta ferrenha contra os acasos da vida. Tudo é calculadamente planejado e favorece o naturalismo cênico que os irmãos conseguem aprimorar cada vez mais – até a posição do pé do protagonista, em determinada cena, parece estar descrita no roteiro. Em vários momentos, o filme alça vôo e vai longe, principalmente no prólogo e na sequência final, um poderoso golpe de esquerda ao som de Jefferson Airplane. Dizem que o humor é negro, mas já há um bom tempo que os filmes da dupla me provocam um riso desconfortável, amargo, a ponto de sumir rapidamente e dar lugar ao vazio e à reflexão. A América está desencontrada, a conduta moral de seus habitantes é diariamente colocada à prova, contas se acumulam na porta com a mesma velocidade com quem antigas máscaras caem, e, se olharmos pela janela, veremos que um tufão se aproxima violentamente - a hard rain's a-gonna fall?




O Diabo, Provavelmente, de Robert Bresson – “Sou a recusa de todas as políticas”, diz, num rompante paradoxal, o personagem principal deste que é o filme mais político de Bresson (mais até que O Processo de Joana D'Arc). Se tudo o que fazemos na vida, qualquer direcionamento ou decisão que tomamos, é por si só um ato político, pode-se dizer que a radicalização de diversas obsessões que deram forma à carreira do cineasta francês ganham corpo neste filme questionador, que debate, toma partido e se manifesta deliberadamente sobre questões pontuais ao homem, para no final não eximir ninguém da culpa de viver. Quando um passageiro do ônibus pergunta quem é que causa tantos tormentos à humanidade, Bresson ainda debocha ao responder quase cinicamente com a expressão que dá título ao filme.



Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton – O que esperar de uma adaptação com potencial para sugestões lisérgicas e ousadas capitaneada pelos estúdios Disney? Simples: um filme para agradar toda a família. Para isso, chame um cineasta de personalidade, mas subtraia dele toda sua autoralidade, seu percentual de exposição a riscos, sua veia criativa e entregue o filme na mão de especialistas em efeitos especiais e a uma roteirista careta e pronto!, é só esperar o tilintar de moedas caindo na conta. Burton saiu de Sweeney Todd, o mais atípico e sangrento filme de sua carreira, para mergulhar no buraco fantasioso de Lewis Carroll, um território que explora e domina com naturalidade desde seu segundo filme. Neste Alice, percebe-se claramente o desejo do estúdio de alinhar um estilo já firmado a uma série de padrões que impedem a consolidação de uma promessa que parecia ser certeira: é um filme que não fascina, cuja inegável beleza visual se estranha com a composição fria dos personagens e impede a fluência da emoção que existe naquele universo, evidenciando o embate entre as cores quentes do país das maravilhas e o universo soturno de Tim Burton, que trava as ambições da narrativa e, ao final, ainda tenta empurrar goela abaixo uma mensagem edificante. Quem diria, hein? Eu, que gosto do diretor, fiquei assaz decepcionado; já as crianças vão adorar (isso quem fala é minha irmã, aqui ao lado, por experiência própria, do alto de seus 8 anos). Em tempo: a Zahar colocou no mercado uma edição novinha e bem bonita de As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e seu sucessor, Alice Através do Espelho, com ilustrações originais e capa dura, bem mais recomendável do que o filme.
 
 
Operação França, de William Friedkin – Um crime, mas só hoje fui apresentado ao policial que reforçou a porcentagem de filmaços que pintaram nos cinemas em 1971. Gosto particularmente da atmosfera que Friedkin consegue imprimir ao filme, de uma certa desorientação, de ruas frias, prontas para derrubar as certezas dos homens e enganá-los com suas artimanhas e peculiaridades. O silêncio, para isso, é importantíssimo – e Friedkin administra o espaço com a intimidade de quem muito viveu por ali -, pois desafia o barulho propagado por ideais próprios e inventados arbitrariamente com uma respiração ofegante que poucos de seus colegas conseguiram repetir (e do qual talvez Paul Greengrass seja o principal discípulo). É um jogo de gato e rato irretocável, com o timing mais acertado em termos de ritmo e decupagem que o cinema policial dos anos 70 alcançou. Sua continuação, transposta para a Europa e dirigida por John Frankenheimer, expande o horizonte de possibilidades de um filme de ação e propõe uma investigação psicológica do tira interpretado por Gene Hackman (que, após ter levado o Oscar de melhor ator pelo filme original, numa interpretação seca e viril, se permite uma dose histriônica de cinismo e humor coerentes com um personagem que atende pelo nome Popeye).





Viver e Morrer em L.A., de William Friedkin – Recheado de elementos que permitem configurá-lo como um produto típico de sua época, os anos 80, desde a trilha sonora até a caracterização de certos personagens, este é um filme, usando palavras do próprio Friedkin, “sobre um mundo falso”. E qual o sentido em viver num mundo em que o dinheiro, as pessoas, as relações e os sentimentos são contaminados e apontam para um individualismo desolador e cruel? Partindo de um roteiro engenhoso, que em momento algum soa esquemático ao situar os conflitos que movem suas personagens, Friedkin faz um mosaico pop, sanguinário e efervescente de um microcosmo da década perdida, que ainda conta com uma perseguição de carros ainda mais dinamitada do que a presente em seu mais famoso filme. Se na década passada seu Operação França alcançou níveis máximos de excelência, o mesmo pode-se dizer deste, que é visto por muitos como o seu melhor trabalho – pode até ser, o que não dá é para esquecer Possuídos, um dos maiores momentos cinematográficos da única década que ainda não acabou.





Alice, de Claude Chabrol - O cineasta de gelo mergulha no gênero fantástico para transformar a lúdica aventura de uma menina num pesadelo sufocante de uma mulher que abandona o casamento: o país das maravilhas vira um casarão antigo habitado por pessoas desconhecidas num mundo do qual pouco sabemos. A Alice francesa deixa o marido para trás e se refugia em um ambiente misterioso, intimidante, onde os símbolos da obra original tomam vida através de elementos que reforçam a paranoia e o terror imbutidos em passos desconhecidos. É uma bad trip pesada. E o truque de Chabrol para acentuar essa atmosfera é retirar, tanto do personagem como do espectador, qualquer tipo de referência que tencione a compreensão daquele universo. Nunca se sabe o que irá acontecer na sequência seguinte, e a forma de lidar com essa expectativa, sempre à distância, bem a seu modo, colabora para o desfecho sombrio e em pleno desacordo com o que nossos instintos humanitários fazem com que esperemos dele (ou seja, nem sempre a redenção é possível, baby).



E ainda: A Sombra da Forca, filme nervoso de Joseph Losey; O Padre e a Moça, a obra-prima de Joaquim Pedro de Andrade e O Castelo Cagliostro, animação do final dos anos setenta do mestre Hayao Miyazaki

Escrevo só de ti

Porque de orgulho são tão nus meus versos,
tão limpos de contrastes e mudanças?
Porque, com o tempo, não vão sendo imersos
em novo estilo e estranhas esquivanças?


Porque escrevo eu sempre tão igual ao que era,
mantendo-me fiel ao que inventei,
que cada termo é como se dissera
quanto de mim procede, que o gerei?


Que é só de ti, meu doce amor, que escrevo,
contigo e Amor aos devaneios basto,
e o meu saber de poeta é este enlevo
de ainda outra vez gastar o que está gasto.
Tal como o Sol é novo cada dia,
assim do Amor eu digo o que dizia.






 Se considero quanto cresce vivo,


e atinge a perfeição só por instantes;
e que este imenso palco está cativo
de ocultos astros fortes e inconstantes;




Se atento que Homem como planta aumenta,
do mesmo céu domado e guarnecido,
e que da seiva juvenil que o tenta
quando é mais forte é que será esvaído;


então o conceito deste incerto estado
mais rico em juventude em mim te cria,
ao ver que o Tempo a te mudar se há dado
em noite escura esse tão claro dia.
Com o Tempo em guerra por amor de ti,
o que ele te rouba, eu te reponho aqui.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Assim ó


Na medida, porém, em que me fui tornando íntima do meu mundo,
 em que melhor o percebia e o entendia na leitura que dele ia fazendo,
 os meus temores iam diminuindo

Duas meninas



Sou uma pequena cortiça jogada na água e arrasta pela correnteza.
Deixo que minha pintura aconteça
(Pierre-Auguste Renoir)

Destino


O destino é o que baralha as cartas, mas nós somos os que jogamos

Aprende vai...


Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decorre sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.



Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida


Há quem diga que todas as noites são de sonhos.

Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

Procura da poesia


Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.


Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.


O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.


O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.


Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.


Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.


Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.



Carlos Drummond de Andrade

Pra hoje...

Minha alucinação é suportar
o dia-a-dia,
e o meu delírio é a experiência
 com coisas reais

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A CABANA


Declaro meu amor a Ti Papai...Minha vida é toda Tua, os meus planos, os meus sonhos. De nada vale o existir se não for pra Ti ofertar....Em cada passo descobrir que o tempo esconde o que é eterno, que Tu és o sentido de tudo.É Tua a vitória alcançada em minha vida.A cura aconteceu...todos os meus medos e iniquidades foram retirados da minha história, por isso sou feliz.Minha sorte mudou diante dos meus olhos, eu tenho a marca da promessa.Só em Ti eu quero permanecer e ser.Não mereço e mesmo assim me mas.Somente em Contigo quero contar,pois me conheces mais do que eu mesma....Deposito toooda minha confiança em Ti,pois mereces todo meu respeito e amor.Quero viver,amar,crescer junto a Ti,somente asssimé que consigo.Sei que me escutas , percebes ,esperas.Somente Tu sabes quanto eu quero caminhar.Sabes o que eu sinto,és minha alegria e força,meu ânimo e minha luz, és minha paz e meu refúgio.Infinidade de amor.És meu Pai, sou feliz!

O que faz você feliz ?

O que faz você feliz?

A lua, a praia, o mar

Uma rua, passear

Um doce, uma dança

Um beijo ou goiabada com queijo?

Afinal, o que faz você feliz?

Chocolate, paixão

Dormir cedo, acordar tarde

Arroz com feijão, matar a saudade

O aumento, a casa, o carro que você sempre quis

Ou são os sonhos que te fazem feliz?

Dormir na rede, matar a sede

Ler ou viver um romance

O que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa

Um cafuné, café com leite, rir a toa

Um pássaro, um parque, um chafariz

Ou será o choro que te faz feliz?

A pausa para pensar

Sentir o vento

Esquecer o tempo

O céu

O sol

Um som

A pessoa ou o lugar

Agora me diz o que faz você feliz?



O que faz você feliz?

aquela comida caseira,

arroz com feijão

brincar a tarde inteira

o molho do macarrão

ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?

o papo com a vizinha,

o bife, a batatinha

a goiabada com queijo

um doce ou um desejo

afinal o que faz você feliz?



O que faz você feliz?

ficar de bobeira

assaltar a geladeira

comer frango com a mão

tomar água na garrafa

passar azeite no pão

ou é namorar a noite inteira que faz você feliz?

rir e brindar a toa

um filme, uma conversa boa

fazer um dia normal virar uma noite especial

afinal, o que faz você feliz?



O que faz você feliz?

comer morango com a mão

por açúcar no abacate

brincar com melão, goiaba, romã, jabuticaba

ou é o gostinho de infância que faz você feliz?

cuspir sementes de melancia

falar besteira, ficar sem fazer nada

plantar bananeira, ou comer banana amassada?

afinal, o que faz você feliz?







domingo, 18 de abril de 2010

Passado

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes como `sempre´ ou `nunca´. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas.

"As coisas mais perfeitas são aquelas que acontecem naturalmente sem ninguém ter programado ABSOLUTAMENTE NADA, são aquelas que acontecem por instinto ou simplesmente por desejos iguais, mesmos objetivos!É isso que torna algo INSIGNIFICANTE tão perfeito, é isso que dá sabor as coisas mais sem gosto, é isso SOMENTE isso que dá vontade de viver!"



Não fala nada deixa tudo assim por mim
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real nas minhas mentiras
E assim não faz mal E assim não me faz mal não
Noite e dia se completam o nosso amor e ódio eternos
Eu te imagino, eu te conserto eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você minha maior ficção de amor
Eu te recriei, só pro meu prazer
Só pro meu prazer
Não venha agora com essas insinuações
Dos seus defeitos ou de algum medo normal
Será que você, não é nada que eu penso
Também se não for não faz mal Não me faz mal não
Noite e dia se completam o nosso amor é ódio eternos
Eu te imagino, eu te conserto eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você minha maior ficção de amor
Eu te recriei, só pro meu prazer
Só pro meu prazer
Noite e dia se completam o nosso amor é ódio eternos
Eu te imagino, eu te conserto eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você minha maior ficção de amor
Eu te recriei, só pro meu prazer

CAZUZA

sábado, 17 de abril de 2010

QUASE

Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda,
Que me entristece,
Que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou não amou
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
Nas chances que se perdem por medo,
Nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor.
Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige nem acalma,
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive já morreu.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Exigências da vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo - e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!

TU e EU

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
En não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.
És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.
És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.
Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

Muda mundo

E tudo mudou...O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças