terça-feira, 7 de março de 2017

De repente não mais que de repente o amigo próximo fez-se distante – ou será que fomos nós que tomamos aquele velho navio?
Diz a canção que a hora do encontro é também a da despedida. Demorei um tempo para entender a dualidade desse verso: pessoas se (re)encontram numa estação ou cais, enquanto outras tantas se despedem e, muitas vezes, quando nos encontramos com nós mesmos nos  despedimos de velhos amigos.
E como é triste reconhecer (e admitir) isso! Dói tanto quanto apartar-se de um grande amor.
Aliás, como reconhecer que uma amizade acabou? As amizades acabam?
Há quem diga que o que é real não tem fim. Que a amizade quando é verdadeira é para a vida inteira. Mas na prática não é bem assim que funciona.
O afeto pode ser para a vida inteira, mas a vontade de estar junto, de trocar, de dividir, não.
O sentimento de amizade pode ser eterno, mas o desejo de manter um relacionamento com um amigo, nem sempre.
Dia desses, tomando dois cafés e uma água com gás com um amigo querido, ele me disse:
– Sabe aquele tipo de amigo que a gente ama muito, muito mesmo, que é capaz de doar um rim caso ele precise, mas que a gente não gosta mais?
Respondi:
– Não! Como é isso?
Foi então que ele me explicou que o amor por um amigo pode ser eterno, mas que para dividir a vida, as alegrias, as dores, os dramas, os cafés, os vinhos, os anos, as belezas e os danos é preciso sentir prazer na partilha, empatia e gostar imensamente da companhia da pessoa.
As amizades contam com uma boa dose compatibilidade – de gênio, de gostos, de pensamentos, de energia – e quando uma das partes muda seu jeito de pensar, sentir e agir no mundo, é natural que a compatibilidade ceda lugar à incompatibilidade e com isso o prazer de estar junto arrefece.
O que o afeto tem a ver com isso? Absolutamente nada! Nenhuma incompatibilidade é capaz de anular o amor que sentimos por um amigo. Nenhuma mudança, evolução ou crescimento de uma das partes é capaz de apagar a importância que certas pessoas tiveram e têm em nossas vidas.
Às vezes acontece de aprendermos a desdramatizar as coisas antes de um amigo, ou a lidar com nossos medos e faltas de maneira mais leve e efetiva, ou, ainda, de mudarmos completamente de ideia acerca de um assunto, tornando os encontros superficiais e chatos. Como trocar com quem não está na mesma sintonia que nós?
Pode acontecer, também, de nos apaixonarmos por alguém e essa paixão nos roubar de nós e de todos que nos cercam; uma mudança de cidade, um insight poderoso na análise, um salto de paraquedas, um tropeço na calçada.
Se tudo pode acontecer a qualquer momento, se nunca somos os mesmos quando acordamos pela manhã, se um homem não se banha no mesmo rio duas vezes, por que teimamos em não aceitar que as amizades também se transformam e que assim como as relações amorosas às vezes terminam?
Talvez meu amigo tenha razão: é possível, sim, amar uma pessoa, mas não gostar mais dela. Constatar isso é mais desconcertante que rever um grande amor. Desorienta. Traz uma sensação incomoda de traição. Mas fingir intimidade (e empatia) é pior que fingir orgasmo, então, o jeito é manter a espinha ereta, a mente quieta, o coração tranquilo e praticar a entrega.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Alguns estão solteiros. Alguns estão casados e esperaram 10 anos para ter um filho, e outros tiveram um filho depois de um ano de casados. Alguns se formaram com 22 anos e esperaram 5 anos para conseguir um bom emprego. Outros se formaram aos 27 e encontram o emprego de seus sonhos imediatamente. Alguns se tornaram presidentes de grandes empresas aos 25 e morreram aos 50, enquanto outros se tornaram presidentes aos 50, e viveram até os 90.
Cada um trabalha com seu próprio "fuso horário". As pessoas conseguem lidar com situações apenas de acordo com seu próprio tempo. Trabalhe com o seu próprio tempo.
Seus colegas, amigos e conhecidos mais jovems podem parecer estar "a frente" de você e outros podem parecer estar "atrás".
Não inveje e nem zombe deles. Estão em seu próprio tempo. E você está no seu!
Segure firme, seja forte e seja verdadeiro consigo mesmo. Tudo irá conspirar ao seu favor. Você não está atrasado, nem adiantado.
Você está exatamente na hora certa!
Sri Sri Ravi Shankar

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Meus amigos merecem

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero a resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. (...)
(...) Meus amigos são todos assim:metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte deaprendizagem, mas lutam para que a fantasia não deasapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, evelhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Fernando Pessoa

Torne-se um

Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a se divertir sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem – Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraídos para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram – mestres do seu ser, de sua solidão -felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro,, eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário, ambos tornam-se UM e desfrutam da existência que os rodeia.

OSHO

Seja como for

Seja como for, eu vou
E vou correndo, não quero perder nada
Custe o que custar, eu dou
Não tenho medo de rato nem barata

Meu bem, você pra mim é privilégio
Sorte grande de uma vez na vida
Minha chance de ter alegria
Não importa quando, como, onde
Somos o nosso próprio rei

Seja como for, eu vou
E vou correndo, não quero perder nada
Custe o custar, eu dou
Não tenho medo de rato nem barata

Meu bem, você pra mim é privilégio
Sorte grande de uma vez na vida
Minha chance de ter alegria
Não importa quanto, como, onde
Somos o nosso próprio rei

Meu bem, você pra mim é privilégio
Sorte grande de uma vez na vida
Minha chance de ter alegria
Não importa quando, como, onde
Somos o nosso próprio rei

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Intensa, simples, viajante, aventureira, leitora incansável, aprendiz insaciável, sorriso incontrolável, de fé inabalável, amante do sol e parceira da chuva, coração imensurável e abarrotado de amor (principalmente o próprio).

O QUE SIGNIFICA AMAR UMA GAROTA QUE ESTÁ ACOSTUMADA A FICAR SOZINHA

Uma menina garota acostumada a ficar sozinha será diferente de qualquer outra garota que você vai amar. Isso é certo. Suas paredes serão as mais altas que você terá que escalar.
Porque por muito tempo ela foi apenas isso: suas paredes.
Elas são uma parte do mundo que ela construiu sozinha, e apesar de serem proteção, também são uma fonte de sua identidade. Essas paredes são a vida que ela construiu, um mundo que não pertence a mais ninguém.

Então, encontrar espaço para outra pessoa vai ser difícil para ela, um desafio.

Uma garota acostumada a ficar sozinha provavelmente vai dizer (em um ponto ou outro) que ela “não precisa de você.” Ela vai jorrar variações de “Eu posso fazer isso sozinha” e “Não se preocupe comigo”.
E até certo ponto, é tudo verdade. Ela provavelmente pode conseguir sozinha, você não precisa se preocupar.
Mas só porque ela pode conseguir sozinha, só porque, realisticamente, ela provavelmente não precisa de você, não significa que ela não quer você.
o que significa amar
Só porque ela sabe como fazer, não significa que ela não quer que você a observe agir.
Só porque ela pode andar sozinha, não significa que ela não iria desfrutar da sua companhia.
Veja, a verdade sobre estar sozinha é que depois de um tempo, isso se torna o seu conforto, o seu espaço seguro. Há uma confiabilidade em responder apenas a si mesmo, cuidando apenas de si mesmo, se preocupar apenas consigo mesmo. E, embora às vezes possa ser solitário, é um solitário mais suave. É uma solidão que eventualmente torna-se familiar, e quase bonita.
Então, quando alguém entra e agita o mundo e a solidão, é dissonante.
É uma mudança não só para o seu mundo, mas para a sua rotina, para tudo o que ela conhece.
O medo intrínseco de ficar confortável com outra pessoa é,

“O que eu faço se ela partir?”

Quando você ama uma garota que está acostumada a ficar sozinha, você está amando uma menina que está com medo da possibilidade de ter que reaprender a fazer isso. Você está dizendo: “Por favor, deixe-me entrar”, enquanto ela está dizendo: “Por favor, não vá.”
Há uma facilidade em ficar sozinho uma vez que você se acostuma a isso, mas acostumar-se a isso é muitas vezes uma batalha difícil, uma jornada incrivelmente difícil, e ela realmente teme à possibilidade de ter que fazê-lo novamente.
Então, quando você ama uma garota acostumada a ficar sozinha, por favor, esteja preparado para ficar. Esteja pronto para segurar sua mão quando ela disser: “Eu posso fazer sozinha”, e responda com: “Mas eu posso ajudar.” Esteja pronto para aprender sobre sua vida, seu mundo, e encontre uma maneira de respeitá-la, enquanto continua sendo parte disso.
Esteja pronto para escalar os muros que ela construiu em torno de si mesma e de seu coração, e esteja pronto para nunca se preocupar com o que está acontecendo fora deles.
Porque quando você fizer isso, quando realmente fizer isso, ela estará pronta para nunca deixá-lo ir.
___
Traduzido pela equipe de O Segredo – Fonte: Thought Catalog
Primeiro, você vai passar pelo deserto absoluto. 
Depois sentirá dor. Sim, vai a ver dor. 
Ficará confuso, vai se sentir só e pensará em desistir dezenas de vezes. 
Vai chorar sozinho, e achar que nada mais vale a pena. 
Perderá pessoas que ama muito. 
Poucos irão lhe apoiar. 

Mas, se sobreviver a tudo isso será moldado e mudado dentro do seu próprio eu.
Não que você perderá a sua essência, mas será diferente de antes, bem diferente.
E após todas essas tormentas você vai saborear o melhor banquete da sua vida.

Esse banquete tem um nome bem conhecido, mas somente os mais audaciosos conseguem degusta-lo. Ele se chama sucesso. 
Duas voltas do seu cabelo na minha mão. Seu ouvido me sente respirar. As duas bocas pingam. Os dois pescoços escorrem. Eu danço, você avança. Eu não canso, você me caça pela cintura. Na tua curva tem meu óleo. Nos teus olhos, fogo. Mexe mais uma vez, outra vez e de novo. Judia. Maltrata; depois tem troco. Depois tem tapa. Tem cuspe. Tem seu joelho ralando, seu queixo escorrendo. Mordida de lábio. Caralho. Desce. Sobe. Desce. Sobe. Me mata. Sobe e faz eu falar entre os dentes. Senta. Faz eu gozar pra gente.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O que acontece no meio.



No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco, mas a que nos revela a nós mesmos.

Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.
No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.
Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.
Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.
No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.
 Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).
 Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.
No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.


Martha Medeiros